Semana Lixo Zero é tema de audiência pública no Legislativo colombense

A proposta é minimizar os prejuízos do lixo ao meio ambiente e à população.

Semana Lixo Zero incentiva ações sustentáveis.
(Foto: Érico Costa/CMC)

Para debater sobre a urgência na efetivação de políticas públicas e preservação do meio ambiente, o mandato do vereador Anderson Prego realizou uma audiência pública em alusão à Semana do Lixo Zero no plenário da CMC. Realizada nacionalmente na última semana de outubro, a semana discute iniciativas em sustentabilidade, preservação e gerenciamento de resíduos.

Compuseram a Mesa Diretora a vereadora Dolíria Strapasson, presidente da Comissão de Agricultura e Meio Ambiente; Elis Lazarotto, secretária Municipal de Assistência Social; José Vicente de Lima, secretário Municipal de Meio Ambiente; Dener Kluck, representante do Movimento Lixo Zero em Colombo e proponente enquanto sociedade civil; Monica Gigel Lopes, presidente da Comissão de Meio Ambiente e Direitos dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Subseção Colombo; Patrícia Luciane Ribeiro Santos, Presidente da Associação de Catadores Recicláveis Emanuel e o Cláudio Cavalcante, representante do Movimento Nacional dos Catadores de Recicláveis.

Em sua fala, o vereador Prego agradeceu a presença de todos e explicou sobre o objetivo da realização da audiência pública. “A Semana Lixo Zero acontece em muitas cidades brasileiras. Aqui em Colombo, é a primeira vez que estamos realizando com o objetivo de disseminar o conceito lixo zero e as boas práticas para o descarte correto dos resíduos sólidos. Diversas atividades estão sendo construídas pela cidade, como ações de conscientização, com a participação de artistas ambientais. Precisamos repensar como produzimos e consumimos. Devemos priorizar a reciclagem e a reutilização dos resíduos sólidos e incentivar a compostagem dos resíduos orgânicos. Destaco a diversidade de pessoas e instituições que já foram atingidas com a aprovação da lei que garante anualmente a discussão sobre a temática. Fica meu reconhecimento aos catadores e recicladores colombenses. Desejo mobilizar todos os setores a pensar saídas, com ações concretas, que podem gerar emprego e renda para pessoas, gerar economicidade para cidade e gerar consciência ecológica e sustentável”.

O representante do movimento Lixo Zero em Colombo, Dener Kluck fez suas considerações. “Se a separação fosse corretamente feita, não existiria lixo, somente resíduos. A maior parte do que é coletado é enviado para o aterro sanitário de Fazenda Rio Grande, e somente 3% é reciclado em Colombo. Antes de considerarmos a possibilidade da recuperação energética é importante focarmos no sistema de compostagem. Não é preciso fazer a separação do material para recuperação energética, pois o trabalho dos recicladores corre risco de extinção. Quero ressaltar a importância da educação ambiental para gestores públicos, grandes empresários geradores de resíduos e para a população em geral. Precisamos implementar a infraestrutura física e a aquisição de equipamentos para cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda. Desde 2021 muitas ações foram feitas, e que ainda projetos serão realizados em 2023.”

Já a presidente da Associação de Catadores Recicláveis Emanuel, Patrícia Luciane Ribeiro Santos, mencionou que gostaria que as associações fossem exemplares. “Com meu esforço, um dia minha associação será exemplar. Uma empresa de reciclagem é muito diferente de uma associação. Já fiz coleta na rua e continuo trabalhando juntamente com os associados. Infelizmente, o valor do material ainda é muito baixo. Na associação não conseguimos arrecadar mais do que R$8.000 por mês”. Ainda há muito preconceito sofrido pelos recicladores. As dificuldades do dia a dia machucam muito. Deixo o meu convite a todos para ir conhecer a associação e que reflitam sobre a situação dos recicladores”.

No momento de intervenções, algumas pessoas manifestaram suas opiniões e considerações. O vice-presidente da Associação Vitória, Marcos Paulo, contou que não conseguem colocar mais pessoas para trabalhar, pois isso acaba influenciando no salário dos demais. Marcos também falou sobre os equipamentos de proteção individual (EPI’s) e sobre os materiais infectados. “Agradeço o trabalho social realizado em Colombo, e pelos alimentos recebidos, pois muitos recicladores não conseguem viver apenas da reciclagem”.

Júnior, da Associação 3R’s, afirmou que Colombo não trata os recicladores adequadamente. “Aqui na cidade, não há campanha de conscientização, nem investimento nas associações”. Enquanto que Jefferson, da Bio Solar, agradeceu pela oportunidade. “É preciso diálogo e não discussão. Ainda convivemos com a falta de consciência da população e a necessidade do comprometimento das partes e continuidade dos projetos. Sou aberto ao diálogo. O futuro já está comprometido e quem nem todo o capital vai fazer com que as catástrofes ambientais diminuam”.

Ainda contribuiu com o debate sobre a temática, o morador João Batista. Ele contou que tem um muro que confronta com o Rio Atuba e que as pessoas que moram na invasão fizeram um lixão em frente à sua casa. Informou que há dois anos está lutando pela solução, mas que não recebe resposta. Afirmou também que mais de uma tonelada de lixo está sendo jogada no Rio Atuba todos os meses.

Vanda de Assis parabenizou pela audiência e disse que esse é um momento muito importante com a presença da gestão e dos recicladores. “O Programa Ecotroca é um programa excelente e exemplar. 120 toneladas de resíduos em Colombo por mês é muito pouco em comparação com os demais municípios. Infelizmente, falta captação de recursos no município”.

O secretário Municipal de Meio Ambiente, José Vicente agradeceu pela oportunidade. “Sairei dessa audiência pública. Tudo aquilo que for implantado em Colombo será tratado com a população. Nunca houve iniciativa do Poder Público para conscientizar a população e por isso ela não pode ser condenada. Sobre os recicladores, estou atento às necessidades do fornecimento dos EPI’s. Assumo o compromisso de iniciar a entrega a partir de dezembro”.

Instituída por lei desde 2020, a Semana Lixo Zero é promovida anualmente, na última semana de outubro e em todo o território nacional é um convite à sociedade para a reflexão sobre o consumo e a responsabilidade pelos resíduos proveniente deste. Tem sido um momento de reflexão e ação muito importante para a difusão e aplicação do conceito Lixo Zero. Mais informações podem ser obtidas no site do Instituto Lixo Zero Brasil.

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