No mês de conscientização do autismo, a Câmara de Colombo dedicou a Tribuna Livre para debater a inclusão e direitos das pessoas autistas.

(Foto: Silmara Portes/CMC)
Na última sessão da Câmara, a Tribuna Livre foi dedicada à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), em alusão ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril.
A palestrante convidada foi a professora Andrelina Gonzaga de Oliveira, especialista em Autismo e mestranda em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), que destacou a importância da inclusão e dos direitos das pessoas autistas. Durante sua exposição, Andrelina ressaltou que a conscientização sobre o autismo não deve se limitar ao mês de abril, mas ser uma pauta constante na construção de uma sociedade mais acessível e acolhedora.
Ela também enfatizou que o autismo não é uma doença e não pode ser curado, pois se trata de um neurodesenvolvimento atípico. “O autismo é uma forma diferente de ser, pensar e sentir. Precisamos falar sobre isso todos os dias e garantir que os direitos das pessoas autistas sejam respeitados”, afirmou.
Outro ponto destacado foi a classificação do TEA, que atualmente é dividida em três níveis, de acordo com o suporte necessário para o desenvolvimento das atividades diárias. Andrelina também reforçou a necessidade de políticas públicas efetivas, como diagnóstico precoce, capacitação de profissionais, acessibilidade e inserção no mercado de trabalho. “Nossa sociedade só avançará nesse assunto se for uma construção coletiva”, pontuou.
Manifestação dos vereadores – Durante a sessão, os vereadores também contribuíram com depoimentos e reforçaram a necessidade de avanços na inclusão das pessoas autistas em Colombo.
Renato da Farmácia (PSD): “Soube recentemente de crianças com seletividade alimentar que têm dificuldade para comer na escola porque não possuem laudo. Muitas dessas crianças são autistas, então é fundamental garantir o diagnóstico e ampliar o aprendizado sobre o assunto”.
Bruno Dias (PSB): “Gostaria de recordar a fala da Andrelina sobre a Carteirinha de Identificação dos Autistas do município. Na semana passada, questionei o responsável sobre a falta da confecção da carteirinha no Maracanã, disponível apenas no Osasco e na Sede. Ele informou que o problema está sendo resolvido e que, após a realocação da Farmácia Popular, haverá uma sala adequada para atender as famílias. Reforço o convite para que todos façam o cadastro, pois esse registro é essencial para a criação de mais políticas públicas”.
Ademar Costa (União): “Precisamos de políticas públicas voltadas às famílias, não apenas ao diagnosticado. Não podemos lembrar desse assunto apenas no mês de abril, mas garantir números concretos e precisos para atuar de forma efetiva”.
Maicon Martins (PP): “Tenho um filho autista de nível um e, no início, eu e a mãe dele tivemos dificuldade em identificar. O laudo foi essencial para compreendê-lo e saber como agir”.
Hélio Feitosa (PL): “Vi um estudo recente apontando que são mais de dois milhões de autistas no Brasil. Como legisladores, podemos promover campanhas fortes, pois a demanda no município é altíssima. Tenho levantado essa bandeira para garantir um atendimento de qualidade”.
Pastor Carlinhos (PP): “As pessoas precisam ouvir sobre esse assunto, pois muitas famílias têm algum parente com autismo. A Bíblia diz que ‘o povo perece por falta de conhecimento’, então é essencial informar o máximo de pessoas”.
Elcio do Aviário (MDB): “Parabenizo pelo trabalho desenvolvido. Tive a felicidade de propor a primeira lei do autismo em Colombo e sempre defendi a necessidade de termos mais profissionais capacitados para um diagnóstico rápido”.
Presidente e vereador Joel Bueno (PSD): “Meu sobrinho é autista de nível 3, e sei como é difícil. Sou defensor da causa e reforço que, se existe um público que precisa do poder público, são as pessoas com deficiência”.
Legislação municipal voltada ao autismo – Colombo tem avançado na implementação de políticas públicas para garantir direitos e apoio às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Um dos marcos foi a criação da Semana Municipal de Conscientização do Autismo, instituída pela Lei Municipal nº 1.468/2018. Essa legislação estabelece diretrizes para campanhas educativas, debates e ações que promovam a conscientização sobre o autismo na sociedade.
Outro avanço importante foi a aprovação da Lei Municipal nº 1.741/2023, que instituiu o Cadastro e a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CipTEA). Essa medida facilita o acesso a serviços públicos e privados, garantindo prioridade no atendimento e um levantamento mais preciso da população autista no município.